José Tomás, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde, vai responder em tribunal por vários crimes, incluindo abuso de confiança agravado, infidelidade e furto qualificado.
Numa noticia avançada hoje pelo Correio da Manhã, segundo a acusação do Ministério Público, durante os sete anos em que liderou a instituição (entre 2015 e 2022), o ex-provedor terá utilizado indevidamente recursos da Misericórdia em benefício próprio. Um dos exemplos apontados diz respeito a um carro Citroën cedido por uma farmácia local à instituição, mas que José Tomás terá usado como se fosse sua viatura pessoal.
O Ministério Público sustenta ainda que o arguido recebeu indevidamente uma remuneração mensal de 400 euros, bem como ajudas de custo não justificadas, totalizando cerca de 14 mil euros entre 2019 e 2022. A verba era, segundo a acusação, justificada através de recibos manuscritos relativos a despesas alegadamente associadas à função de provedor, embora nem todas estivessem relacionadas com atividades da Santa Casa.
A investigação apurou também que José Tomás gastou quase 40 mil euros da instituição em refeições, alojamento, combustível, portagens e estacionamento, despesas que beneficiariam exclusivamente o próprio. Além disso, terá ficado com vários telemóveis da Misericórdia, no valor total de cerca de 5 mil euros, tendo inclusive oferecido um desses aparelhos a um familiar, sem que este questionasse a origem do equipamento.
O caso será julgado no Tribunal de Mangualde. Contactado pelo Jornal Correio da Manhã, José Tomás escusou-se a comentar as acusações, limitando-se a afirmar que está a preparar a sua defesa.
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