As Mães são Vida e são Amor!
Atrevo-me, nesta breve e humilde história das “minhas mães”, a celebrar hoje, todas as Mães do Mundo!
Sem elas eu seria nada, com elas e por elas tive uma Vida ! Obrigado Mães !
Andei aí pela vida e pelo mundo anos já bastantes, foi uma viagem longa e maravilhosa, que me deu felicidade viver.
Nesse meu vagabundear na vida e no mundo, pelo que vi e vivi, foram as Mulheres, enquanto Mães e depois Filhas, Esposas, Avós, Irmãs, Amantes e Amigas, que mais me marcaram.
Quis o destino que, logo à nascença, tivesse os braços e abraços de três mulheres, três Mães, a minha mãe Ilda, mãe Maria e mãe Melinha… uma, mãe natural, outra avó paterna e a outra, uma Senhora amiga já idosa, sem filhos; a todas chamei sempre de mães.
Por fraqueza do leite materno, a fome fazia-me buscar as fontes do mesmo na mãe Maria e na Mãe Melinha, fontes secas de leite pela idade, mas fartas de afectos e carinhos.
E lá fui gatinhando e depois andando pelos primeiros anos da vida fora, pai ausente em África, depois doente e falecido muito jovem ainda e, foram as Mães e só, que me cuidaram e ensinaram o caminho da Vida!
Aquelas três mulheres foram-me construindo a vida com amor, fazendo de mim gente e, a pouco e pouco, lá fui crescendo nos mimos e desvelos de todas elas.

Aí pelos 4 anos, na casa em frente, havia uma menina, a Virinha, encanto dos olhos meus, meninos também, que nela me ficavam e ela em mim, em platonismos infantis, e passaram a quatro, as “mulheres” dessa minha vida !
E foi nesse mundo de mulheres, que me fui fazendo criança e depois adolescente; aí pelos cinco anos, a minha mãe Melinha, professora reformada, ensinou-me a ler e contar, e cheguei à escola sabido já da 1ª e 2ª classes; entrei assim na vida de aprendiz de letras, delas já ensinado; cheguei pois com vantagem ao primeiro desafio da vida, graças às Mães!
Feita a 4ª classe, foi outra Mulher, mais uma Mãe, não por eu a tratar com tal, mas pelo bem que me fez, que me financiou o Colégio, onde era professora e me orientou, fazendo de mim bom estudante, por amizade; foi ela que me deu e me ajudou a vencer o 2º desafio, no meu crescer para o mundo.
Paralelamente, nesse meu crescer, sendo eu de famílias rurais e aldeãs, vivíamos dos campos e, foi no trabalho da terra, que comecei a aprender a dureza da vida, nos intervalos dos livros, pela mão e lado a lado com a “minha mãe Maria”, a avó, beirã talhada no granito madrasto do destino que Deus lhe deu; analfabeta de letras, votou toda a sua vida, do nascer ao morrer, ao serviço da terra, arrancando-lhe a golpes firmes de enxada, o pão regado em suor, com que criou a família.
A minha vida correu, pois, entre trabalhos de campo e estudos, meio aldeão, meio vilão, sob as atenções de todas essas mães e, nos folguedos de ruralidades inesquecíveis, que hoje são saudades muitas !
Foram felizes e muito, esses anos da minha vida, pesem as rusticidades dos mesmos; não os trocaria nunca, nem esses anos e nem essas mães, por ninguém e por nada nesse mundo, nunca !
E continuei vida fora … mulher, filhos, filha, neta… e, concluí que :- As Mães e todas as outras mulheres são verdadeiros hinos à vida, são elas as suas grandes heroínas e alegrias, sempre presentes, atentas, disponíveis, sapientes, discretas, silenciosas, anónimas, fortes, determinadas, invencíveis, feitas de belezas e encantos também, mas são elas a energia em torno das quais gira sempre o mundo, giram as crianças e os homens e tudo o mais; são elas a fonte da vida e a vida em si mesma !
Sou homem, mas não tenho igual apreço pelo homem enquanto homem; algo tem ido e vai mal na História dos Homens, em oposição à História das Mulheres.
As Mulheres não andaram História fora, incansavelmente, armadas em exércitos a chacinarem outros exércitos, feitos de milhões de vidas de mães nascidas, e assim continua hoje e, cada vez mais.
A História dos Homens, enquanto homens, é a História das guerras, das conquistas, dos Impérios que vão e vêm, do poder, do mandar mais alto, mais longe e em mais homens, é a História da morte, do mal, do terror, do sofrimento, da destruição e da anti Vida.
Que importa que entre tais homens tenha havido milhões de outros, que foram os maiores dos intelectuais, santos e artistas, mas não foram e não são esses que marcaram a História… foram os outros, os que fizeram as guerras e a morte… os Ramsés, os Grandes Alexandres, Gengis Khans, Àtilas, Alaricos, Júlios Césares, Napoleões, Hitleres, Bushes… e é destes, que fala a História.
A História das Mulheres, Mães ou não, em oposição à dos homens, é a História do Amor, é a história da Vida, a História da Paz e da alegria, do bom senso, da serenidade, da paciência e, sobretudo, do cuidar dos filhos, quantas das vezes de pais ausentes a matar vidas que outras mães geraram, e do cuidar dos maridos, dos pais, dos doentes, dos desvalidos e outros… é a história de quem, e nos bastidores desta a mais das vezes, de facto fez e faz a História sobreviver a si própria, dando-lhe vidas e mais vidas, malbaratadas sem
cessar, nas guerras dos e pelos homens.
Por tudo isto e infinitamente mais … as Mães e todas as outras mulheres são os mais sublimes e perfeitos seres da criação !
As mulheres Mães são Hinos de Alegria à Vida e ao Amor, que hoje, neste Dia da Mãe, celebramos !
Um simples bem hajam, do tamanho do Mundo e da História, a todas as Mães desse Mundo!

José Luís da Costa Sousa
Um mangualdense