Quanto mais se sabe da guerra da Ucrânia, mais espantosa ela se me afigura, pese ser eu experimentado em guerras de mais baixa intensidade e violência, como as de África e da ex Jugoslávia mas, uma guerra mundial como esta, a enfrentar já a sua 1ª batalha na Ucrânia, a 3ªGM, é para mim um desafio e um enigma labiríntico, tentar compreender-lhe as causas, os objectivos, as estratégias, as tácticas e, sobretudo, o desenlace final.

 

Tendo eu em devido tempo lido o “Príncipe” de Maquiavel e, tendo estado envolvido nas guerras atrás mencionadas, nelas testemunhei o quanto os seres humanos podem ser criminosamente anti humanos, moral e eticamente repugnantes, hipócritas e inescrupulosos, etc… mesmo assim, foi com alguma surpresa que vi surgir a guerra da Ucrânia, que de ucraniana apenas tem o nome, mais um povo massacrado e um país destruído, tal qual como acontece com a Rússia, sendo ambos estes países manipulados por poderosas forças e interesses a ambos exteriores, directa e voluntariamente no caso da Ucrânia, e a Rússia indirecta e forçadamente.

 

Este conflito político militar na Ucrânia ultrapassa tudo o que de pior eu pensava da Humanidade, e ainda agora a procissão vai no adro, porque esta guerra, em termos convencionais vai ser longa, muito longa, em alternativa, se se tornar nuclear, será curta, muito curta.

 

Os “fabricantes” desta guerra foram e são aqueles que a conceberam, planearam e a estão a conduzir, estratégica e até, em parte, tacticamente, a partir dos quartéis generais da OTAN na Europa, do PENTÁGONO nos EUA e, até mesmo no terreno, usando para o efeito as mais avançadas tecnologias e sistemas de armas e de vigilância do campo de batalha, etc… mais a generosa e ilimitada disponibilidade dos políticos, território e povo ucranianos.

 

Esta guerra da Ucrânia tem como objectivo maior e final, por parte dos EUA, a neutralização e eliminação definitiva da Rússia, enquanto superpotência, e incontornável obstáculo contrário à manutenção, conquista e consolidação da sua hegemonia unipolar mundial. Ponto final.

 

A consecução do grande objectivo mundial, atrás explicitado, dos e pelos EUA, UE, OTAN e seus aliados, naquilo que à Rússia concerne, só é possível passando sobre o cadáver, terra queimada, desmembramento, colapso e ou até a extinção político militar e económico financeira da Rússia, enquanto super potência; é isto pois, o que está em causa com a guerra na Ucrânia, nada mais e nada menos; tudo o mais é papel de embrulho.

 

A Ucrânia, neste contexto, para os EUA, é apenas uma simples circunstância, por ser a plataforma ou base de ataque e ou de desgaste militar ideal contra a Rússia, pela sua geografia e localização geoestratégica e, como e para tal ter sido assim identificada e decidida pelos EUA/ OTAN.

 

A guerra da Ucrânia não tem quaisquer outras razões, nem outros propósitos, excepto os expostos, o resto são colateralidades, minudências, enredos, secundariedades e palha para a opinião pública.

 

As partes em conflito, nesta 1ª batalha da 3ª GM na Ucrânia, são os EUA, UE, OTAN e Aliados dum lado, movidos unicamente pelo grande objectivo expresso, contra a outra parte, a Rússia isolada, que conta apenas com a neutralidade activa da China, BRIC´s e outros países não hostis à Rússia, os quais, os EUA/OTAN e Aliados procuram subordinar política, económica e financeiramente, para que se posicionem contra a Rússia, etc…

 

… tudo isto, no contexto duma Nova Ordem Mundial Unipolar e de um Governo Único Mundial (com sede na ONU), em fase de instalação desde há muito, sob a liderança dos EUA, e em proveito e nome das elites mundialistas, representadas pelos Bilderberg´s.

 

Todos os conflitos político militares que têm assolado a Humanidade, quer os que vivi no terreno ou pelos média, nos sécs XX e XXI, foram e são sempre, científica, morosa e detalhadamente concebidos e planeados, por incontáveis bandos de “especialistas/ experts” destas artes e ciências, ao serviço daquelas elites, mui experimentados na produção de mil e um cenários e “scripts” de guerras várias, saídos dos covis Hollywoodescos das secretas ocidentais (Intelligence), peritos que são na criação de fictícias “guerras de bandeiras falsas”, coisas de espanto e estarrecer e, …

 

… sendo todos eles, encartados milagreiros, sabe-se que, por artes mágicas dos “média”, sanções económico financeiras e outras, mais gangsterismos vários, são capazes de fabricar prodigiosas opiniões públicas em 1º mão, novinhas em folha e prontas a usar, por cérebros ineptos para pensar, e…

 

… tais “experts”, são ainda capazes de fazerem parecer, serem objectivos dos adversários, os seus mais execráveis, criminosos e odientos desígnios nas guerras em questão… e vice versa, isto é, fazerem serem seus os objectivos das suas vítimas, por norma, acções de auto defesa, sobrevivência existencial, a paz, a democracia, a liberdade, os direitos humanos e dos povos, etc …

 

… assumindo-se e mascarando-se de Deuses salvadores da Humanidade, sendo de facto infernais Satãs, diabolizando e mediatizando todos os seus opositores, como sendo os Satãs que, na realidade, são eles e apenas eles próprios.

 

Esta 3ªGM começou a delinear-se há já muitos anos atrás, embora 99% de nós nisto não acredite.

 

Se nos limitarmos aos antecedentes do seu percurso pós 2ªGM, e aos factos pertinentes mais relevantes, a 3ª GM começou com a corrida armamentista da guerra fria e, com a manufactura político diplomática e económico financeira, etc… do colapso da URSS, que ocorreu em 1991, forçado pelos EUA e, brilhantemente realizado pelo Presidente Ronald Reagan e o seu Vice George Bush pai, ex Director da CIA …

 

… os quais, para tão inacreditável feito, se serviram duma “santa alma soviética”, um crente em exotéricas “Glasnosts e Perestroikas”, um tal de Mikael Gorbachev que, catecismado e seduzido pela bondade dos valores ocidentais, liberdade, a democracia, direitos humanos, economia de mercado e outras coisas mais e iscos que tais… e, facto espantoso, a sua esposa era amiga pessoal, de ir às compras até, com a mulher de George Soros (recentemente falecido), um puro “askhenazi khazariano das judites banqueiras Bilderberg´s” que, juntamente com David Rockfeller, (falecido em 2003), foram as “almas mater” da implementação incremental da Nova Ordem Mundial, desde fins da 2ªGM até quase ao início real desta 3ªGM em que estamos… mistérios…

 

… e logo, no decurso do colapso da ex URSS, esta superpotência, com a mãozinha muito amiga e benfazeja dos EUA, auto pulverizou-se, da noite para o dia, em quatorze repúblicas (14), das quais dez (10) foram já integradas na OTAN, condição prévia para entrarem na UE, isto depois de 1997, quando o Presidente Bill Clinton deu a luz verde para o efeito, traindo os acordos verbais (escriturados em actas das reuniões), de não progressão da OTAN, nem sequer uma polegada, contra as fronteiras da Rússia, acordos esses estabelecidos entre Mikael Gorbachev, Ronald Reagan e Helmut Kohl, etc…

 

Importa aqui afirmar o óbvio, de forma substantiva, foi e é a existência e expansão da OTAN em direcção às fronteiras da Rússia, para a ocuparem e destruírem, oportunamente, em violação dos referidos acordos feitos com a Rússia, que provocaram a guerra da Ucrânia e a guerra mundial em perspectiva. Esta afirmação é pessoal, mas considero-a definitiva e irrebatível, basta ler a realidade dos factos de 91 para cá.

 

O único racional e razão de ser da manutenção e alargamento da OTAN, pós colapso da URSS e do Pacto de Varsóvia, foi e é pressionar militarmente a Rússia e atacá-la, logo que possível, para a neutralizar, reduzir militar e politicamente, destruir económico financeiramente, e despedaçá-la em dezenas de repúblicas (41 ou 83, dependendo do critério), a “neocolonizar” por  integração na OTAN e na UE.

 

Acontecido isto, caso ocorra, será o fim histórico da Rússia, e até do nome Rússia, tal qual os EUA/ OTAN/ UE fizeram à extinta Jugoslávia, tudo em nome e para a hegemonia mundial e unipolar dos EUA.

Morre o bicho, morre a peçonha. Seguir-se-á a China. Pessoalmente sei que a Rússia vai ultrapassar mais este abraço de morte que, outra vez, lhe chega do Ocidente.

 

Relembremos que, desde fins da 2ª GM até 1991, os EUA e a URSS, respeitaram entre si um “Tratado de Tordesilhas”, tacitamente aceite, que definia para cada daquelas superpotências, o seu hemisfério de influência no mundo, e passaram a “guerrear-se, civilizadamente, a frio que não a quente”, continuamente, pela expansão dos respectivos hemisférios, nunca directamente, para não chegarem a vias de factos nucleares, mas sempre através de terceiros países carnes para canhão, vítimas daqueles jogos políticos pré fabricados, ora pelos EUA, ora pela URSS, jogos mais ou menos do tipo em curso na hoje guerra da Ucrânia mas, mais simples e menos ambiciosos, quer para os EUA, quer para a Rússia.

 

Digamos pois que, até ao colapso da URSS em 91, houve um clima de confrontação político militar permanente, entre os EUA e a URSS, a célebre “Guerra Fria”, que só não foi quente, nuclear, porque apareceu a teoria da dissuasão nuclear, que era e ainda é um travão poderoso, contra o uso dos meios nucleares, assegurado pela chamada “Garantia de Destruição Nuclear Mútua”.

 

Em política não há coincidências, há planos e, “coincidentemente”, o colapso da ex URSS em 1991 aconteceu em simultâneo com o colapso da ex Jugoslávia, hoje extinta e enterrada, até de nome, que entrou desde logo em guerras independentistas internas, todas fabricadas, apoiadas, orientadas, financiadas e conduzidas operacionalmente pelos EUA, Alemanha e OTAN, guerras essas e situações pós conflitos, onde estive presente pela ONU e EU, desde Mar92 até Ago 2012 (14 anos).

 

Politicamente, as guerras da Jugoslávia terminaram com o seu total e irreversível desmembramento, em sete (7) micro Repúblicas independentes, daquele que foi, até 1991, um maravilhoso País de 25 milhões de habitantes, com as 4ªs mais poderosas Forças Armadas da Europa, e com o mais feliz viver do mundo, que eu conheci e também lá o vivi.

 

Militarmente, a guerra da Jugoslávia terminou em 1999, numa orgia apoteótica aero bombástica dos EUA/OTAN contra a Sérvia, de 24Mar a 11Jun de 1999…

 

… durante esses 78 dias, a OTAN lançou um total de 2.300 mísseis contra 990 alvos e mais 14.000 bombas sobre o território da Sérvia, território com a área de Portugal… não houve qualquer resistência militar da Sérvia… excepto um avião abatido, por milagre…

 

… só na capital, Belgrado, caíram em média 212 bombas por dia, durante todos esses 78 dias, por razão nenhuma, excepto fazer da Sérvia um exemplo perante o Mundo, do que acontece aos países “desobedientes”, por não submissão incondicional aos EUA…

 

… foram também, tais bombardeamentos, uma exibição criminosa do poderio militar dos EUA/OTAN, e do seu uso com absoluta e total impunidade, para aterrorizarem, subordinarem e ensinarem ao mundo quem é que nele manda…

 

… e ainda, para execução da pena de destruição aplicada à Sérvia, pela sua tal não obediência, cega e imediata, aos ditames e interesses dos EUA/ OTAN, na guerra da Jugoslávia.

Nos bombardeamentos da OTAN contra a Sérvia foram mortos 2500 civis Sérvios e alguns centos de militares e foram destruídas todas as infra-estruturas civis e militares do País, que ficou transformado num deserto de terra queimada.

 

Finda a guerra da Jugoslávia, as sete (7) Repúblicas “chihuahua” dela resultantes, foram absorvidas para a esfera de influência dos EUA/UE/OTAN, e são hoje estados de terceira linha dos EUA/EU, em vez das Repúblicas Autónomas de 1ª linha que eram na ex Jugoslávia…

 

… o Kosovo, por exemplo, dada o seu micro território, não passa hoje duma Base Militar dos EUA, com um pseudo País incluído, cheio de “albanos feios”  por todos os lados, que vivem de esmolar migalhas da base, e das redes transnacionais de tráfico e contrabando de tudo, armas, drogas, mulheres, etc… ; a Bósnia, a Sérvia e a Macedónia nem sequer foram ainda admitidas na UE, têm já contractos promessas para tal desiderato e esperam por Godot… que se perdeu algures…

 

Aqui chegados, o Chanceler da Alemanha Helmut Kohl, o bom gigante e grande reunificador da Alemanha pós colapso da URSS… lançou o seu grito de Ipiranga reunificador da Europa e Rússia, que ecoou alto e bom som nos “mass média” mundiais:

 

– “Agora há que projectar rapidamente e em força as fronteiras orientais da Europa até às fronteiras da Rússia”

 

E assim se fez e está a fazer-se; todo este processo cumpriu e está a cumprir as seguintes fases:-

 

– Colapsos da Jugoslávia e da URSS, 1991;

 

2ª- Pausa para integração nos organismos unificadores europeus, UE e OTAN, de todos os países resultantes do desmembramento da Jugoslávia e da URSS, estes últimos ainda em processo de incorporação/ anexação, faltam a Geórgia, a Moldávia e a Bielorrússia, 1991 a (?);

 

3ª- Colapso, derrota militar ou rendição da Rússia na guerra da Ucrânia, seguida da sua pré planeada fragmentação nas tais 41 ou 83 Repúblicas independentes, a serem anexadas no imediato pela OTAN e EU; (futuro próximo?).

 

4ª- Extinção definitiva da Rússia e do seu nome; (futuro próximo?).

 

5ª- Igual processamento político militar da China, Índia, Brasil, Venezuela, etc… (futuro próximo?).

 

6ª- Formalização da Nova Ordem Mundial Unipolar e do Governo Único Mundial. (futuro próximo?).

 

A salvação, em termos de manutenção das suas independências, soberanias e identidades nacionais, da Rússia, China, Índia, Brasil, Venezuela, Coreia do Norte, África do Sul, etc… passa pela organização dos BRIC´s, pela Organização de Cooperação e Segurança de Shangai, etc.. caso todos estes países assumam de forma séria, determinada, frontal e em bloco a vontade se defenderem e resistirem contra a Unipolarização político militar e económico financeira, etc… duma Nova Ordem Mundial… liderada pelos EUA/OTAN e EU.

 

Fazendo fé nas peremptórias, impositivas e sapientes palavras da OTAN, EUA, UE e, sobretudo, nas do Arlequim de Toledo, digo Kiev, Mr. Zelensky, estando este ao serviço exclusivo da corte d´El Rei D. Joe Biden, na qualidade de piramidal boneco do pasmoso ventríloquo Tio Sam, a vitória da Ucrânia contra a Rússia é um dado iminente, já adquirido e irreversível, ou seja, a derrota desta, seguida da fuga caótica e desesperada dos Russos a nado, Mar Negro fora, para as suas taigas e estepes, será ou é já um filme brevemente em exibição no cinema da OTAN.

 

Entretanto, para entreter a malta, temos em cena o maravilhoso episódio do “Script” da “Otanização total da Europa”, no contexto da 3ª GM, que exibe a fidelíssima obediência canina da Finlândia e da Suécia à OTAN e aos EUA, países aqueles que “a toques de caixa e de corneta daquela organização, quiçá duma 2ª bazukada de euros”, abandonaram as suas longas neutralidades político militares, para entrarem em passo de corrida na OTAN…

 

… e dá gosto ver, os Finlandeses, branquinhos e loirinhos, em infindáveis bichas país fora, de fatos macacos amacacados, mangas arregaçadas, armados de pás, picaretas, luvas, capacetes, alicates e rolos de arames farpados, a construírem furiosamente, noite e dia, 1200 kms de vedação metálica “anti PUTIN”, na fronteira comum com a Rússia, novos muros da vergonha, desta feita sem vergonha nenhuma, por culpa exclusiva dos malditos Russos… mas construídos pelo Ocidente.

 

O muro de Berlim, pelo contrário, foi Estaline que o mandou construir… mudaram-se os tempos… inverteram-se as vontades e as maldades… os Estalines de hoje são agora gentes do Ocidente… graças a Deus que estão do nosso lado e, abençoadas lições da Histórica, às quais ninguém liga pevide ou mesmo ponta de um ….

 

Nesta narrativa está tudo a bater certo, e a ser cumprido nos conformes dos planos da instalação da Nova Ordem Mundial Unipolar, excepto a desconstrução da Rússia e da China nas muitas dezenas de “Repúblicas Chihuahuas” pré planeadas; a coisa atrasou-se… Putin  é o culpado… e, como tal, será sentenciado à morte… já foi emitido o respectivo mandado de captura internacional pelo Tribunal de Haia, os caçadores de cabeças a prémio estão já em campo em todo o mundo, o homem terá uma morte macaca, tal como o Sadam, o Kadhafi e o Slobodan Milosevic… que também desobedeceram aos Deuses lá do Olimpo, em Washington DC.

 

Voltando ao historiar breve dos antecedentes desta 3ªGM, temos que por azar dos destinos para os planos dos EUA, Vladimir Putin, em 2014, não aceitou pacificamente o golpe de estado levado à execução pelos EUA em Kiev, nem a imediata substituição dum governo pró russo ali em funções, democraticamente eleito em Set 2013, presidido pelo Snr Yanukovic, por um governo pró nazi e pró EU/EUA, nomeado pela Embaixadora dos EUA na EU, Victória Nulland, que integrava três ministros de nacionalidade americana (Finanças, Saúde e Agricultura), etc…

 

… e então, vai daí, Vladimir Putin, fazendo jus da sua brutalidade ditatorial, em defesa contra a iminente ameaça à segurança nacional e existencial da Rússia, ocupou militarmente a Crimeia, com uns tais homenzinhos de verde, e anexou-a…

 

… e assumiu, indirectamente, a defesa e segurança das populações russas no Donbass, Ucrânia, pelo que, a conquista do poder unificado e unipolar do mundo pelos EUA, está hoje atrasado, sendo culpado o ditador Putin, como já foi dito, o que ele pagará com língua de palmo.

 

De 2014 até 2022 houve guerra contínua movida por Kiev, com o apoio dos EUA/OTAN, e executada pelas suas forças paramilitares de extrema direita, Batalhão Azov, Sector de Direita, etc… contra as populações de origem russa residentes no Donbass, guerra que matou 15.000 ucranianos de origem étnica Russa…

 

… este facto é irrelevante, por as vítimas serem etnicamente russas, inimigos confessas do Ocidente colectivo, por ADN e definição, como tal, não são gente a considerar sequer, como é sabido.

 

Nesses oito anos (2014-2022), de chacinas dos pró russos no Donbass, os EUA, a UE e a OTAN transformaram as então pindéricas Forças Armadas Ucranianas quase inexistentes, numas Forças Armadas modernas, eficazes, bem armadas, municiadas, equipadas, treinadas e operacionalizadas, moralizadas, etc… com uma estrutura hierárquica instalada na Ucrânia e fora desta, na qual os comandos de nível estratégico e superiores são exercidos pela OTAN (clandestinamente) , e os de nível táctico, os que morrem, são exclusivamente ucranianos.

 

No decurso desses oito anos, os EUA instalaram ainda 36 laboratórios militares de guerra biológica e química na Ucrânia, sob comando dum General da OTAN, Italiano, capturado nas profundezas dos 26 kms de subterrâneos da fábrica Azovstall em Mariupol, retornado já como prisioneiro libertado ao país de origem; estas armas biológicas tinham e têm como objectivo, o genocídio provável de parte da população russa, pois integram uma componente genética do ADN russo, que as torna especificamente virulentas contra aquelas populações eslavas.

 

Em Dezembro de 2021, os dispositivos militares dos altos comandos estratégicos da OTAN para e na Ucrânia, e o dispositivo operacional militar apropriado das Forças Armadas Ucranianas, estavam ambos prontos a iniciar uma enérgica acção ofensiva contra a Rússia, para recuperação da Crimeia e do Donbass, mas havia que a fazer parecer e apresentar como uma acção defensiva, como tal, foi necessário provocar a “invasão russa”, o que foi feito com brilhantismo e eficácia pelos EUA e pela OTAN e, Vladimir Putin, pateta ou algo pior, caiu na armadilha…

 

… como e porquê, sendo Putin uma raposa velha, é uma das dúvidas que se me coloca. e que não é de modo algum irrelevante, Putin invadiu a Ucrânia, em flagrante exercício do seu direito de auto defesa da segurança existencial da Rússia mas, como para os simples, o que parece é que é, Putin pareceu invasor, sem o ser de facto, pois tratou-se duma “invasão preventiva de defesa pró activa” 100% justificada, mas lixou-se, 99% da população mundial nunca compreende o que não vê de forma sólida e concreta, muito menos invertida, por mais que alguém lhes faça desenhos.

 

Actualmente, a 3ªGM segue o seu inevitável curso, ainda inicial, enfrentando a sua 1ª batalha na Ucrânia, país que representa nesta guerra, por “procuração”, os EUA/OTAN e Aliados, e que sofreu já um enorme desgaste no moral, perda de população e baixas militares e civis, destruição do País, etc… por outro lado, a Rússia está igualmente já muito desgastada em todos os aspectos, porque está a combater, sozinha, contra todo o Mundo Ocidental liderado pelos EUA e OTAN, que usam a Ucrânia, o seu povo e território, como heróica carne para canhão, contra a Rússia.

 

No entanto, a Rússia sendo, indiscutivelmente, a maior potência nuclear militar do mundo, como tal, não pode perder a guerra, excepto se abdicar do uso de tais meios e se se render, como o fez Gorbachev… claro que todos sabemos, que o uso de tais meios pode destruir a Humanidade… e será um harakiri do Homem, mas …

 

A guerra está num quase impasse, com ganhos incrementais dos Russos em Bakmut e pouco mais, fala-se duma contra ofensiva da Ucrânia lá para o fim da Primavera, duvidosa mas quase garantida, entretanto, as tropas e os meios vários das partes em conflito, dentro e para além da Ucrânia, já no teatro mundial duma 3ªGM, começam a posicionar-se e reforçar-se estrategicamente, e a instalarem-se em dispositivos mais alargados e complexos, para cobrirem todas as dimensões visíveis e invisíveis da guerra, mar, terra, ar, espaço informacional e propagandístico, espectro electro magnético e cibernético, o espaço em si mesmo, o cérebro humano, etc…  dum lado os EUA, EU, OTAN, Japão, Austrália, UK, Nova Zelândia, Coreia do Sul e demais aliados, do outro temos a Rússia, BRICS, Irão, Coreia do Norte, Venezuela, etc…

 

O Presidente Xi Jinping afirmou, na sequência da sua cimeira em Moscovo com Vladimir Putin, em princípios de Abril 2023, que a actual situação político militar que se vive no mundo, só poderá terminar com uma clara definição e estabelecimento duma Nova Ordem Mundial Multipolar, o que contraria, frontalmente, os objectivos dos EUA na guerra da Ucrânia.

 

Será que os EUA aceitarão, sem uma confrontação final total, uma Nova Ordem Mundial Multipolar, contra os seus objectivos hegemónicos unipolares? Obviamente que não.

 

Assim sendo, ou uma das duas partes cede, ou a confrontação final vai ter de acontecer, de certo modo, foi isso mesmo que se iniciou na Ucrânia em 25Fev2022, com a alegada invasão da Rússia.

 

A evolução desta guerra é imprevisível, há mil e um imponderáveis a considerar, inclusive e, principalmente, o nuclear, que é de todos o mais crítico e pungente … só se sabe que os dois lados se preparam, intensivamente, para a inevitabilidade do inevitável, uma guerra de proporções mais vastas e violentas, o apocalipse, e a hipótese desta escalar para o patamar nuclear táctico e estratégico.

 

Mas, como diz o povo, até ao lavar dos cestos é vindima; haja esperança, mas é difícil, quando os bárbaros, os loucos e os senis são donos e senhores do Mundo, sentados em montanhas de ouro, cientes que apenas enfrentam a cobardia de maiorias silenciosas.

 

E será que, para evitarem a guerra mundial, a China e a Rússia desistem do seu objectivo declarado do estabelecimento duma Nova Ordem Mundial Multipolar, de livre multilateralismo e democracia nas relações internacionais, e vão aceitar pacificamente, a ditadura da Hegemonia Global Unipolar dos EUA ?

 

Penso que não… como tal, o mais provável é que as armas tenham de falar e sejam elas a ter de decidir…e  que Deus nos valha.

 

Espantoso e inacreditável, milénios e milénios de civilização depois das mocas e calhaus cavernícolas mas, ainda são estes a decidir da vida e da morte dos Homens…  e não os seu cérebro e formação ético moral e humana … afinal o que ou quem somos nós?

 

Resta deixar andar e fiarmo-nos na Virgem, depois… correr ou não, fica ao critério de cada um.

 

  JOSÉ LUIZ DA COSTA E SOUSA

 Superintendente Chefe da PSP

Chefe de Estado Maior da Polícia Internacional da ONU

 Na UNPROFOR, Guerra da Jugoslávia em 1993/94