Localizado na Avenida Srª do Castelo, o Parque Urbano da cidade irá, a curto prazo, sofrer obras de requalificação e irá homenagear a mangualdense Ana de Castro Osório, com pequenos apontamentos literários da escritora e das personagens dos seus livros, avançou o Municipio de Mangualde, na sua edição da revista municipal.

O parque, será dotado de novos equipamentos. O parque geriátrico, sanitários, bar, street workout park, skate parque, meio-campo de basketball e parque infantil, interligados pelos novos percursos criados, numa área de mais de 14 000 m².

A requalificação vem também possibilitar a existência de trajetos e espaços adequados para pessoas com mobilidade reduzida. O parque urbano será equipado de novas zonas com bancos e mesas, distribuídos de acordo com as necessidades de utilização.

No que diz respeito à vegetação o projeto de requalificação dotará o parque de novas espécies endógenas da sua região.

A requalificação do Parque Urbano Ana de Castro Osório, permitirá proporcionar aos mangualdenses e visitantes a oportunidade de usufruírem da natureza em pleno centro da cidade.

 

A escritora, activista e pedagoga Ana de Castro Osório nasceu em Mangualde, 18 de Junho de 1872.
Publicou, em 1905, Às Mulheres Portuguesas, o primeiro manifesto feminista português. Foi uma das fundadoras do Grupo Português de Estudos Feministas, em 1907, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909 e, em 1912, da Associação de Propaganda Feminista, a primeira organização sufragista portuguesa, que, por iniciativa da escritora, integrou a International Women Suffrage Alliance. Dedicou-se desde muito cedo ao jornalismo, tendo dirigido diversos periódicos, como Sociedade Futura (1902), O Jornal dos Pequeninos (1907-1908), A Mulher e a Criança (1909-1910), A Semeadora (1915-1918). Desempenhou um papel de destaque no jornal setubalense O Radical (1910-1911). Foi membro do Grande Oriente Lusitano, adoptando como nome simbólico o da revolucionária do século XVIII Leonor Fonseca Pimentel. Imediatamente após a instauração da República, trabalhou com o Ministro da Justiça na elaboração da Lei do Divórcio, de 1910. Entre 1911 e 1916 viveu no Brasil, acompanhando o marido, que fora nomeado cônsul em S. Paulo. Com o deflagrar da 1ª Guerra Mundial fundou a Comissão de Mulheres Pela Pátria, a partir da qual se formou, em 1916, a Cruzada das Mulheres Portuguesas. Em 1916 exerceu as funções de subinspectora do trabalho da 1ª Circunscrição Industrial do Ministério do Trabalho. Foi condecorada com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1919) e com a Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial (1931).
É considerada a criadora da literatura infantil em Portugal, tendo realizado uma extensa e intensiva recolha dos contos da tradição oral do país, e publicado inúmeros volumes de histórias para crianças, além de ter traduzido e publicado os contos dos irmãos Grimm e muitos outros autores estrangeiros de literatura para crianças. Criou manuais escolares para o 1º ciclo. A sua extensa e diversificada obra literária, de mais de cinquenta títulos, inclui também ensaios, romances e contos. A Ana de Castro Osório se deve a compilação, organização, edição e publicação de Clepsidra, o único livro de Camilo Pessanha, em 1920, na editora por ela criada, Lusitânia.