foto Wilder.pt

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Uma espécie de aranha que já não era vista há 92 anos foi encontrada novamente na aldeia de Fagilde, no concelho de Mangualde.

A aranha conhecida como Buraqueira-de-Fagilde (“Nemesia berlandi”) foi descrita pela primeira vez em 1931, quando entomologistas encontraram um par de fêmeas na pequena aldeia de Fagilde. Com base nos dois exemplares recolhidos na época, as fêmeas da espécie têm corpo castanho-escuro e estima-se que cresçam até 2,2 centímetros de comprimento.

Desde a descoberta há 92 anos, a aranha parecia ter desaparecido e era considerada uma espécie perdida. Porém, agora, depois de dois anos de expedições, Sérgio Henriques, do Jardim Zoológico de Indianapolis, e os seus colegas encontraram uma aranha fêmea castanha-escura com crias, que correspondia à descrição original de 1931.

A equipa confirmou que era, de facto, a espécie de aranha perdida depois de analisar amostras de ADN.

A Buraqueira-de-Fagilde pertence a uma família de aranhas, cujos membros vivem em tocas com porta articulada para capturar presas. Embora nunca tenha sido observado nenhum macho adulto, os cientistas acreditam que se comportam de forma semelhante às espécies estreitamente relacionadas, que executam uma “sapateado” rítmico perto da toca para conquistar a fêmea.

“É tão fácil não as vermos porque são muito enigmáticas. Têm uma toca que se assemelha ao cenário em redor, como uma folha ou musgo”, disse Sérgio Henriques ao “New Scientist”.